sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Sou mãe









































"Sou mãe e essa é a parte mais feliz de mim.
Nada se lhe compara...
Falar sobre isso é complicado porque é uma coisa tão minha!!
Como transmiti-lo por palavras?!
Tenho tentado fazê-lo,
Mas fica sempre a sensação de que nada do que possa dizer/escrever
Chega perto do que sinto.
É um mundo completamente novo.
Costumo dizer que a minha vida se divide em duas eras,
A pré e a pós-maternidade.
Na verdade não é tanto a vida que muda,
Somos nós que mudamos.
Nas “vésperas” da maternidade fazem-se contas
E antecipam-se as saudades que algumas coisas vão deixar
– As férias que já não se podem fazer da mesma forma,
As noitadas com os amigos,
A simples ida ao cinema,
Os jantares a dois,
O levantar tarde e más horas...
Não demorei para descobrir
Que, afinal, nada disso faz assim tanta falta.
Ver a nossa existência centrada num bebê
Pode parecer redutor,
Mas preenche-nos de uma forma
Surpreendentemente doce e aconchegante.
Nada é mais delicioso
Que os momentos que partilho com o meu filho.
Nessas ocasiões poderiam aliciar-me com tudo
Que eu não cederia um segundo do tempo
Que passo com ele.
Nada nem ninguém me devolve
De forma tão inocente e desinteressada
Aquilo que dou.
Há uns meses vi um programa da Oprah
Que tinha como convidada Sinead O´Connor.
A cantora assumiu a sua bipolaridade
E utilizou uma metáfora impressionante
Para explicar o seu estado de espírito.
Dizia ela que se sentia como um balde furado,
Com lágrimas e tristeza
A sair por todos os buraquinhos
De forma ininterrupta.
Não sabia explicar porquê,
Mas a tristeza era permanente,
Ainda que nem sempre
Fosse perceptível para os outros.
Depressa me apropriei dessa imagem,
Mas ao contrário.
Sinto-me um balde furado sim,
Mas o que sai pelos buraquinhos
È uma alegria imensa
Feita de sorrisos e doçuras.
Toda eu sou emoção.
A qualquer momento do meu dia
Posso ser literalmente assaltada
Pela doce imagem do meu principe.
Em qualquer contexto a lembrança dele
Pode levar-me a alhear-me da realidade.
Pode ser imperceptível para os outros,
Mas a emoção de ser mãe
Está sempre presente em mim.
Não sou sequer daquelas mães
Que falam imenso das suas crianças,
Mas a meu filho
Está-me permanentemente na retina
E no pensamento.
Olhares mais atentos podem dar comigo a sorrir
De forma meio pateta e descontextualizada.
Se perguntarem, explicarei.
Eu sei porque sorrio e é quanto me basta.
As sensações são as melhores do mundo!
O quentinho do seu corpo,
A forma como se enrosca e encaixa em mim,
O seu toque,
O seu olhar fixo,
O seu sorriso doce...
Sinto-me especial por ser alvo de tanta ternura
E agradeço todos os dias por isso.
Mas o melhor, o melhor de tudo,
È saber que estou apenas no início
Daquela que é a aventura da minha vida.
A responsabilidade é enorme, os obstáculos existem
E não vivemos num mundo cor-de-rosa.
Tenho plena noção que eu sou apenas
Uma das inúmeras influências/referências
Que marcarão a vida do meu filho.
No entanto, naquilo que estiver ao meu alcance,
Não falharei.
O meu empenho é total
E a minha dedicação permanente.
É o meu cavalo de batalha,
O meu ponto de honra,
O meu objectivo
– Fazer do meu principe
Um cidadão exemplar neste mundo de loucos.
A minha divisa está escolhida.
Parafraseando um senhor chamado Johann Goethe,
"Ensinam-se as crianças a amar, amando-as..."




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